Entenda o case da New Coke, um dos maiores erros de marketing da história. Descubra o que a Coca-Cola aprendeu sobre branding, percepção e fidelidade do consumidor — lições valiosas para qualquer empresa.
Em 1985, a Coca-Cola, uma das marcas mais icônicas do planeta, tomou uma decisão que quase custou seu trono no mercado de refrigerantes: substituir a fórmula original da bebida por uma nova, chamada New Coke. A intenção era clara: responder ao crescimento da concorrente Pepsi, que vinha ganhando força entre os jovens com uma comunicação mais ousada e um sabor mais doce — comprovadamente preferido em testes cegos.
Os executivos da Coca-Cola realizaram uma série de pesquisas e testes com milhares de consumidores. A maioria, de fato, dizia preferir o novo sabor. Com base nesses dados, a empresa tomou a decisão de descontinuar o produto tradicional e lançar a nova versão no mercado, apostando em uma renovação da marca e em um suposto alinhamento com as preferências do público.
Mas o que parecia uma jogada ousada e moderna se transformou em um dos maiores desastres de marketing da história.

A lição: marcas não vivem apenas de produto, mas de emoção
O que a Coca-Cola subestimou foi o valor emocional que os consumidores tinham com a fórmula original. Mais do que apenas um refrigerante, a Coca-Cola representava tradição, memória afetiva, família e momentos especiais. Ao retirar o produto clássico das prateleiras, a marca foi vista como alguém que traiu suas próprias raízes.
Em poucas semanas, a reação foi intensa: protestos, cartas, telefonemas e uma queda significativa na aceitação da New Coke. A empresa, diante da pressão popular, voltou atrás e relançou a antiga fórmula com o nome Coca-Cola Classic, reconquistando o coração dos consumidores — e transformando um erro em um case de recuperação brilhante.
O episódio mostrou que marcas não são apenas produtos, mas histórias, experiências e símbolos culturais. Os consumidores não compram apenas o que é melhor em testes, mas o que representa algo para eles. Em outras palavras, percepção é tão ou mais importante do que desempenho.
Esse case ainda é estudado até hoje como exemplo de branding, posicionamento e conexão com o público. A Coca-Cola, mesmo sendo uma gigante global, aprendeu na prática que escutar o consumidor é mais do que medir preferências de sabor — é entender o valor emocional que uma marca carrega.
A lição que fica? Inovar é importante, mas preservar a identidade da marca é fundamental. E se você quer construir algo duradouro no mercado, precisa entender que fidelidade vai muito além do produto. Vai da experiência à emoção.